Pernambuco tem, de acordo com o Censo Demográfico do IBGE de 2010, cerca de 2 milhões e 500 mil jovens, na faixa etária de 14 a 24 anos, idade do aprendiz. Desse conjunto, o CIEE de Pernambuco acaba de atingir 1.500 aprendizes, ou seja, menos de 1% do total. 

 

O CIEE sofre as consequências de ser de Pernambuco. Porque entre as 27 unidades da Federação é Pernambuco que contrata o menor número de aprendizes, como mostra o Placar do Aprendiz, no site do Ministério do Trabalho e Emprego.

 

Por que isto é muito grave?

 

O IBGE responde com precisão. Porque nessa faixa etária o Brasil conta com 30 milhões de jovens, além dos 7 milhões de universitários. A maioria desses 30 milhões, diz o IBGE, não estuda nem trabalha. Vive numa “situação de risco” permanente. Sem dinheiro, fora de casa cada manhã, têm que roubar e às vezes matar para poder comer. Não concorrem para o crescimento do PIB. Não são produtores nem consumidores. E a grande providência quanto a eles é polícia, arma, bala, cadeia e prisão. E não a inserção produtiva e a inserção educacional no mercado de trabalho. 

 

Por Lei todas as empresas privadas, médias e grandes e todos os órgãos públicos municipais, estaduais e federais da administração direta, fundacional e autárquica têm o dever de contratá-los à base de no mínimo 5% e no máximo 15% do total de empregados e funcionários existentes. 

 

O aprendiz que ingressa assim, no mercado, tem Carteira de Trabalho assinada, salário, aprendizagem teórica e prática, vale-transporte e todos os direitos previdenciários e trabalhistas.

 

O problema desses 30 milhões de jovens é também um problema das 192 Universidades Brasileiras. O País conta apenas com cerca de 7 milhões de universitários. Número diminuto para a missão que hoje assume no desenvolvimento mundial. E o acréscimo só poderia provir desses 30 milhões, se resgatados através de uma inserção produtiva e educacional no mercado de trabalho. 

 

*Superintendente Executivo Institucional do CIEE